Canto da Alma - Poemas e Sons

segunda-feira, 31 de janeiro de 2005

 

O Vento


O vento é um cavalo:
ouve como ele corre
pelo mar, pelo céu.
Quer me levar: escuta
como ele corre o mundo
para levar-me longe.
 
Esconde-me em teus braços
por esta noite erma,
enquanto a chuva rompe
contra o mar e a terra
sua boca inumerável.
 
Escuta como o vento
me chama galopando
para levar-me longe.
 
Como tua fronte na minha,
tua boca em minha boca,
atados nossos corpos
ao amor que nos queima
deixa que o vento passe
sem que possa levar-me.
 
Deixa que o vento corra
coroado de espuma
que me chame e me busque
galopando na sombra,
enquanto eu, protegido
sob teus grandes olhos,
por esta noite só
descansarei meu amor.
 
Pablo Neruda


Colocado por mysticdune   1/31/2005 
0 comentários


 

Lembranças


A minha lembrança ouve o som do mar
Numa sinfonia sensual do vento
A doce canção do tempo de amar
São águas salgando meu tormento.

Estrelas brilham no firmamento
São as mesmas daquela noite de luar
Parceiras da lua vendo eu te beijar
Gosto de sal na boca, meu momento.

Ondas no teu corpo te embalando
Vestindo tua nudez de espuma
No mar gentil te acariciando.

Vento do mar hoje me lembrando
Nossos corpos beijados pela bruma
Na noite enluarada nos amando.


Colocado por mysticdune   1/31/2005 
0 comentários


 

E o meu sorriso?


Hoje, perguntei ao céu pelo teu nome e foi engraçado o modo como me sorriu e respondeu... - é escrito do mesmo sabor do brilho desses teus olhos.

Não satisfeito perguntei pelo teu sorriso e apontou para longe, para onde já o sol deveria ter nascido... - esse pertence aos sonhos, aos teus... é dos lábios da noite que se rasgam no seu rosto para te receber...

Confuso com tais respostas, resumi-me a mais uma duvida e perguntei pelo teu paradeiro - mora nos teus braços, nos teus dedos, sob a tua pele, dorme do teu lado aconchegando-te e protegendo-te, é o lugar dos teus olhos, dos teus lábios, do teu repouso...

Fiquei em silêncio...

Digeri as palavras atiradas do imenso azul ao qual me entrego, acariciei algumas respostas em tufos de nuvens soltas, ora aqui, ora ali... então tornou-se cinzento o céu, fechou-se num manto escuro e falou...

- E o teu sorriso? Qual é seu nome e paradeiro?

Atirei pedras ao mar, juntei pó e nada, naveguei palavras e foi então que te encontrei num beijo meu, no teu toque, na leveza da tua voz que me sopra na pele... beijo-te o corpo e seguro-te as mãos...

- Como te encontraria doce madrugada? O sol nasceu tardio e o céu não me respondeu... Meu amor, que nome daria ao meu sorriso e onde faria sua morada sem te ter ao pé de mim?


O meu sorriso no canto da tua alma!


Colocado por mysticdune   1/31/2005 
0 comentários


sábado, 29 de janeiro de 2005

 

Teus Beijos


Teus beijos
Tem sabor
De quero mais!
Faz meu coração pulsar mais forte
Algo Divino acontecer...
O meu mundo parar
E eu estremecer!
Minha tristeza vai embora
Com o sabor dos teus beijos
Assim começo a sonhar
Sonhos lindos...
Só em pensar
Nos teus beijos
Neles encontro momentos só meus...
Discretos sabores
Do mel adocicado dos desejos
Em mim faz despertar
Só em pensar nos teus beijos!
Aproveito!
Vivo os momentos
Porque não tenho o amanhã
Mas sim o hoje
O aqui e o agora dos teus beijos!


Colocado por mysticdune   1/29/2005 
0 comentários


sexta-feira, 28 de janeiro de 2005

 

Amor On Line


Era noite quando o senti pela primeira vez
Total insensatez
Eu e a tela ...e como uma vela
Acendeu uma sensação estranha

Pura arte, manha do destino
Que como um menino traquino
Mostrou-me o inicio de um sonho...
realidade...
Mistura de medo e saudade...
Saudade nem sei de quê

Jamais falei contigo
E tu ja me parecia um caso antigo
Um estranho amor
Sabia que existia...
Eu te sentia
E esse mito de loucura e medo
Desvendei meu segredo...
Te amei em silêncio.

Silêncio que devo quebrar
Mostrando ao mundo
Como é profundo esse bem querer
Em meio a cidade escura
Terminamos a procura
Embriagados de tanta loucura e fora da razão
Contemplamos o nascer de uma grande paixão!


Colocado por mysticdune   1/28/2005 
0 comentários


quinta-feira, 27 de janeiro de 2005

 

Soneto do Amor Total


Amo-te tanto meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te enfim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

(Vinícius de Morais)


Colocado por mysticdune   1/27/2005 
0 comentários


quarta-feira, 26 de janeiro de 2005

 

Desencontros




A alma anda desencontrada do corpo
tenho de buscar na memória o que toquei
sigo o rasto das lembranças
até chegar ao Esquecimento.

Sinto saudades... não sei ao certo
o corpo não me responde
a alma atormentada não sente.

O tempo vivido não é o tempo sentido
sempre o tempo...
infinito na escuridão
tão escasso para a satisfação.

O Antes no Agora para o Depois,
esconde-se o vazio,
adormece-se a alma,
julgo vencer o tempo
mas permanece o desencontro...


Colocado por mysticdune   1/26/2005 
0 comentários